Novela Sete Vidas |
Eu tenho um séria mania, não consigo ler um livro, ver um filme, assistir uma novela, sem questionar, sem tentar entender a mensagem do autor, escritor, roteirista. Deve ser mal de psicóloga, ler as relações humanas, cruzadas e tecidas em diálogos atrás de diálogos seja num filme, novela ou livro. O que mais me irrita quando acompanho uma novela, é como o público pode interferir na narrativa, pois o telespectador que impor a vontade dele sobre a vontade do personagem, por as escolhas dele sobre as da história. É mais ou menos como se ele não tivesse rédeas da própria vida, e quisesse ter sobre a vida da personagem.
Enfim, não gosto quando personagens bem construídos são descaracterizados somente pra ter uma maior aceitação do público. Fiquei feliz quando percebi que isto não aconteceu a novela Sete Vidas, o público feminino, provavelmente martirizados com suas próprias más escolhas conjugais, protestou contra as duas protagonistas femininas da novela, por terem escolhido seus grandes amores e não seus grandes companheiros. A meu ver, "Há muitas coisas medíocres na vida, e o amor não deveria ser uma delas". Não se escolhe um amor alguém porque ele é a pessoa certa, companheiro fiel e leal, o amor costuma escolher quem te desperta a alma, que nos faz querer mais, coloca fogo em nosso coração. Nana Caymmi descreve isto muito bem em sua canção "Sem Pupar Coração":
Pedro & Julia |
Eu quero amar demais
Sem poupar coração
Que pra mim o amor que apraz
É uma louca paixão
Um amor só satisfaz
Além da razão.
Final fiel a história dos personagens. |
Quando amamos poupando nossos corações, não amamos por inteiro, e não se iluda de que o amor vem fácil, ou vem sem feridas, que jamais serás machucado por quem te ama. Somos seres humanos, somos imperfeitos, e amamos de forma imperfeita. Em Sete Vidas, Pedro magoou Julia, tanto quanto Julia magoou Pedro, mas a essência do querer, do encontro de almas, jamais poderá ser substituído por companheirismo de uma outra relação. O amor existem pra elevar a alma, e não abrandar corações. E acredito, que sempre que alguém tiver a oportunidade de um amor que apraz numa louca paixão, que se atire de cabeça e esgote todas as suas forças amando além da razão. Não creio que há outro modo de ser feliz. Na novela em questão, Julia e Pedro se apaixonaram à primeira vista, encantaram-se um com o outro, amaram cada qualidade, cada defeito e os empecilhos da vida complicaram o que deveria ser fácil. O autor foi bem fiel em explicar, que alguém com a personalidade da Julia, fiel aos seus sentimentos, jamais poderia viver uma relação na qual ela estaria se contentando com pouco, escolhendo o fácil, o correto, não seria um final feliz a altura da personagem, tão bem escrita.
Bernardo, Laila, Miguel (o pai), Lígia (mãe/madrasta), Joaquim, Luís, Pedro e Julia. |
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