O coração é frágil, e vulnerável, por isso o protegemos tanto. E alguns corações são mais frágeis que outros, mais puros de alguma forma, como cristais num mundo de vidro. E são tão raros, e tão bonitos, que até a forma como se partem alcança uma beleza divina. Como pó de diamante numa noite escura.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Final de Sete Vidas

Novela Sete Vidas
Eu tenho um séria mania, não consigo ler um livro, ver um filme, assistir uma novela, sem questionar, sem tentar entender a mensagem do autor, escritor, roteirista. Deve ser mal de psicóloga, ler as relações humanas, cruzadas e tecidas em diálogos atrás de diálogos seja num filme, novela ou livro. O que mais me irrita quando acompanho uma novela, é como o público pode interferir na narrativa, pois o telespectador que impor a vontade dele sobre a vontade do personagem, por as escolhas dele sobre as da história. É mais ou menos como se ele não tivesse rédeas da própria vida, e quisesse ter sobre a vida da personagem.
Pedro & Julia
Enfim, não gosto quando personagens bem construídos são descaracterizados somente pra ter uma maior aceitação do público. Fiquei feliz quando percebi que isto não aconteceu a novela Sete Vidas, o público feminino, provavelmente martirizados com suas próprias más escolhas conjugais, protestou contra as duas protagonistas femininas da novela, por terem escolhido seus grandes amores e não seus grandes companheiros. A meu ver,
"Há muitas coisas medíocres na vida, e o amor não deveria ser uma delas". Não se escolhe um amor alguém porque ele é a pessoa certa, companheiro fiel e leal, o amor costuma escolher quem te desperta a alma, que nos faz querer mais, coloca fogo em nosso coração. Nana Caymmi descreve isto muito bem em sua canção "Sem Pupar Coração": 

Eu quero amar demais
Sem poupar coração
Que pra mim o amor que apraz
É uma louca paixão
Um amor só satisfaz
Além da razão.

Final fiel a história dos personagens.
Quando amamos poupando nossos corações, não amamos por inteiro, e não se iluda de que o amor vem fácil, ou vem sem feridas, que jamais serás machucado por quem te ama. Somos seres humanos, somos imperfeitos, e amamos de forma imperfeita. Em Sete Vidas, Pedro magoou Julia, tanto quanto Julia magoou Pedro, mas a essência do querer, do encontro de almas, jamais poderá ser substituído por companheirismo de uma outra relação. O amor existem pra elevar a alma, e não abrandar corações. E acredito, que sempre que alguém tiver a oportunidade de um amor que apraz numa louca paixão, que se atire de cabeça e esgote todas as suas forças amando além da razão. Não creio que há outro modo de ser feliz. Na novela em questão, Julia e Pedro se apaixonaram à primeira vista, encantaram-se um com o outro, amaram cada qualidade, cada defeito e os empecilhos da vida complicaram o que deveria ser fácil. O autor foi bem fiel em explicar, que alguém com a personalidade da Julia, fiel aos seus sentimentos, jamais poderia viver uma relação na qual ela estaria se contentando com pouco, escolhendo o fácil, o correto, não seria um final feliz a altura da personagem, tão bem escrita.
Bernardo, Laila, Miguel (o pai), Lígia (mãe/madrasta), Joaquim, Luís, Pedro e Julia.  
Assim como Lígia, que não poderia ver o amor da sua vida se transformar no homem que ela sempre quis e não se envolver novamente por ele. Personagens devem ser fieis aos seus anseios, e não a vontade do público, que deseja que a mocinha fique com o rapaz mais legalzinho porque basta de escolher o cara errado pra ficar. O amor não é uma escolha que fazemos, é uma escolha que nos faz, e quem dera pudêssemos mandar no coração. esse costuma tomar suas próprias decisões, sem nos consultar e a nós resta pedir para que ele, nobre coração, não se machuque demais. Em resumo, final muito bem escrito, fiel a narrativa, faltou para mim uma cena final, com todos os irmãos e o pai na noite de lançamento do livro de Lígia, que deveria se chamar 7 vidas, mas isso já é meu lado escritor, sempre opinando sobre finais. parabéns aos autores e que bom que ainda podemos ver novelas reais, com personagens verdadeiros, histórias criveis, sem vilões, apenas um retrato da vida. Parabéns, Sete Vidas!

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